quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O thunder palpiteiro do Parque Olhos D'Água


Extra, Extra! Edição especial de Super, Thunder, Blaster Mulheres!
(Musiquinha):Tam tam tam tam tam tam tam tam tam... tam tam tam tam tam taaaaaaaaaaaam...

Atendendo a inúmeros pedidos de mães desesperadas, estou aqui para fazer uma denúncia seríssima!
Cuidado, um terrível senhor está à solta na Asa Norte!
Por isso, leia com atenção e passe a notícia adiante!

"Mas, Fê, esse blog não é sobre mulheres"?
Sim, meu povo, mas este senhor é uma grande ameaça, então resolvi abrir uma exceção!

Quem passeia com seus filhotes no Parque Olhos D'Água certamente já deve saber de quem se trata.
No começo, achei que ele tinha um problema pessoal comigo, mas, depois de algum tempo, percebi que não.
O mais interessante é que ele escolhe com cuidado as suas vítimas, que têm um perfil específico: jovens MÃES com seus bebês.
Notem que eu frisei a palavra "mães" por uma razão muito interessante: ele não liga para as babás! (Cada um com sua tara, né?! Vamos respeitar!)

O modus operandi do Thunder Palpiteiro é muito discreto e eficaz.
Ele sai todas as manhãs de sua redidência, lá pelas 7:00 da madrugada, vestindo uma camiseta com os dizeres "Vô pro Parque", e fica de tocaia perto dos aparelhos para a terceira idade, esperando suas "presas".

As potencias vítimas provavelmente não ficarão intimidadas por este "serial nosy". Ele tem cara de vovô simpático, daqueles que gostam de puxar papo com todo mundo e contar sua experiência de vida...
Mas não deixe-se enganar: ele é perigoso... MUITO perigoso!
Sua língua afiada é fatal... e o que ele tem a dizer pode te ferir!

Está ficando com medo?
Pois deveria!
Não ignore este comunicado, pois a próxima pode ser você!

Infelizmente, eu fui uma de suas vítimas... aconteceu quando a Beatriz tinha cerca de 3 meses.
Aquele momento marcou a minha vida, então me lembro como se fosse hoje.
Cheguei no parque para uma caminhada por volta das 8:00. Quando estava fazendo a primeira curva, notei que o sol estava batendo no rostinho dela. Parei e coloquei uma fralda cobrindo o carrinho, esperando retirá-la quando estivéssemos na sombra.

Passado alguns segundos, eis que surge o nosso "vovozinho". Ele nunca tinha me visto na vida, mas foi logo me recriminando:

"Tira essa fralda daí! Sol faz bem pra saúde! Criança tem que tomar sol!"

Eu até tentei me explicar, mas ele não quis nem saber... seguiu sua "marcha atlética e me deixou falando sozinha!
Na hora não dei muita importância, e continuamos o nosso passeio.

Mais adiante, vi que ele estava parado, conversando com outro senhor. Quando me aproximei deles, a Beatriz começou a chorar. Ela estava morrendo de sono, mas não queria dormir no carrinho.
Para que ela se acalmasse, me sentei no banco e resolvi pegá-la no colo.
Ela chorava HORRORES e ele veio xeretar:

"Esse choro é de fome! Tadinha..."

E eu, tentando manter a calma: "Não é fome não! É sono!"

Mas o Thunder Palpiteiro, pelo visto PhD em choros de bebê, não concordou comigo:

"Que nada... eu conheço! Ela está morrendo de fome!"

E eu, como não queria discutir com o "senhorzinho", resolvi me aproveitar da sugestão para  fazer o chatonildo sair de perto:

"Deve ser mesmo. Vou dar o peito pra ela se acalmar!"

E esperei até que ele fosse embora.
Ora, convenhamos,  qualquer homem de respeito saberia que aquele momento era um TANTO íntimo.

Não funcionou... ele só olhou pro lado e continuou sentado ali, querendo se certificar que eu alimentaria a Beatriz.

Gente... que situação!
Respeito demais as mães que tiram o peito pra fora em qualquer ambiente para amamentar os seus bebês, mas eu, simplesmente, não fico à vontade! Ao lado de um estranho então... nem vou comentar!

No entanto, eu não tinha outra escolha. Percebi claramente que ele não iria me deixar em paz, então peguei uma fralda e, após alguns malabarismos, consegui colocá-la no peito de uma forma que não aparecesse nada.

Enfim, quando ele notou que ela estava mamando, passou a me dar alguns "conselhos" sobre alimentação saudável e, depois de alguns (loooooooongos) minutos, para a minha alegria, se levantou, em direção à saída.
Enquanto isso, a Beatriz pegou no sono (qualquer um faria o mesmo), mas assim que a coloquei no carrinho ela despertou e voltou a berrar...
E eu, para fugir dos olhares curiosos das pessoas que ficavam me encarando, resolvi ir embora BEM depressa.

Quando já estava no portão de saída, quase atravessando a rua, me deparo com o Thunder Palpiteiro novamente, desta vez ENFURECIDO comigo:

"Essa menina está cansada! Também, onde já se viu?! Está tarde! O sol está muito quente! Vá pra casa logo, menina!"

DETALHE: eram 9 horas da matina.

E mais: o que aconteceu com o defensor dos  INÚMEROS benefícios do sol da manhã???
Vá entender!

Conversando com outras mães aqui da quadra, constatei que o Thunder Palpiteiro está cada vez mais ousado, e não há quem saiba o que fazer para solucionar esta crescente onda de ataques.

Refletindo sobre o caso, acredito que encontrei uma solução, e vou me utilizar deste espaço para fazer um comunicado:

Prezado Thunder Palpiteiro,

O senhor já ouviu falar em viagens para a terceira idade? 
Estou promovendo uma campanha para lhe dar uma de presente, só de ida, com destino ao Deserto do Saara!
Lá não tem variação de temperatura, é sempre quentinho, o senhor vai AMAR!
Para maiores informações, procure O QUE FAZER!
Contato:de preferência nenhum!


Gostou da minha "nobre" iniciativa e deseja colaborar?
Inscreva-se aqui!

Beijosss!

Até a próxima!


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Aliviando a tensão com a super pessimista


Pessimistas são seres versáteis e notáveis. Versáteis porque suas opiniões abrangem qualquer assunto que esteja sendo discutido. E notáveis por uma razão muito simples: é difícil não percebê-los, uma vez que seus comentários “felizes” acabam com o dia de qualquer um!

Hoje continuo minha “saga” na creche, tomando chá de cadeira na recepção e torcendo para que minha princesinha esteja se divertindo com os amigos. Enquanto isso, o velho notebook entra em ação, me ajudando a passar o tempo e (por que não) colocar em dia as histórias das super, thunder, blaster mulheres.

A nossa personagem do momento é a Super Pessimista. Ao lado dela, até o dia mais ensolarado fica sombrio. Ela, literalmente, chove granizo na sua cabeça!

Você deve estar se perguntando: “que assunto tosco, por que ela resolveu escrever sobre isso?”
É simples, meus queridos leitores: a Super Pessimista está sentada na minha frente, tocando o terror numa mãe que já chegou com os olhinhos arregalados!

Vejam bem: a adaptação de um filho na creche, em 90% dos casos, é muito mais sofrida para a mãe do que para a criança. A gente fica numa expectativa LOUCA, morrendo de tensão e preocupação, e torcendo para que tudo corra bem.
Sendo assim, o certo seria ouvirmos palavras de conforto e histórias bem-sucedidas de outras mães que já passaram por isso e, no fim, se deram conta de que não era nada demais, certo?!

Se você respondeu “SIM”, é porque pensa como um otimista.
A nossa personagem, no entanto, discorda da nossa linha de raciocínio.

Tudo começou assim: a mãe assustada sentou-se ao lado da Super Pessimista para aguardar o primeiro dia de seu filho de 2 anos na pré-escola.
Como a espera geralmente é longa, ela resolveu puxar papo com a nossa personagem. 
Começou perguntando se ela também estava aguardando o filho, quantos anos ele tinha, se era o primeiro filho e coisa e tal...

A Super Pessimista, pelo visto perita em matéria de adaptação de filhos na escola (já é o terceiro), foi logo compartilhando a sua vasta experiência.
Até aí tudo normal, e eu nem estava prestando muita atenção na conversa das duas (coisa rara), até que reparei que a cara da mãe, antes assustada, tinha se transformado em PÂNICO!

Achei meio esquisito, e comecei a escutar melhor...
Meu povo... era tanto horror que me deu vontade de pegar a Beatriz e sair correndo dali.

Em pouco mais de meia hora, a Super Pessimista relatou, no mínimo, uns dez episódios desesperadores ocorridos com seus filhos. Contou das viroses seríssimas que eles pegaram, das mordidas que levaram, dos tombos, dos puxões de cabelo e até mesmo do dia em que ela foi parar no pronto-socorro porque um de seus “anjinhos” enfiou um grão de feijão no nariz...

E a coitada da mãe assustada começou até a ficar com falta de ar. No meio daquele turbilhão de notícias ruins, ela ainda tentou se acalmar:
 “Ah, mas o Pedrinho (nome fictício) é uma criança muito doce... ele é calminho, gosta de ficar na dele, brincando... tenho certeza que não vai criar motivos pra brigar com os amiguinhos...”

E a Super Pessimista: “Ah, minha querida, criança não precisa de motivo pra brigar com outra não... eles se estapeiam por qualquer razão: brinquedo, lugar na mesa, atenção da monitora... ontem mesmo a minha “do meio” ganhou um galo na testa só porque pegou o pincel do coleguinha... ele jogou um carrinho da cabeça dela.”

Mãe APAVORADA: “Sério? Mas que coisa horrível! Você falou com a coordenação?”

Super Pessimista: “Eu não... pra quê? Não adianta nada... Todo dia é isso, e eles dizem que é normal!”

Mãe HORRORIZADA: “Normal? Eu não acho não! Não vou aceitar esse tipo de comportamento com o Pedrinho! De onde já se viu? Tem que falar com a mãe dessa criança!”

Super Pessimista: “Meu bem, vá se acostumando, porque nenhuma coordenadora ou psicóloga irá ficar sem sono porque seu filho se machucou... Elas vão te escutar e depois dizer que faz parte do processo de desenvolvimento, e blá blá blá...”

Mãe PETRIFICADA: “Mas se é assim porque você não mudou de escola até hoje? Porque parece que não concorda com o método que eles utilizam...”

Super Pessimista: “Porque as outras escolas são piores ainda! Não tem nada que preste... tudo porcaria... essa é a menos pior! Aqui pelo menos eles são mais organizados e limpinhos...quer dizer, na medida do possível, né?! Esses dias mesmo fui pegar minha bebê na sala e percebi que a mamadeira de água estava com restos de suco... a preguiçosa da monitora deve só ter enxaguado na torneira!”

Mãe MORTIFICADA: “Ah, meu Deus! Mas isso não pode! Eles não mandam essas coisas pra copa?”

Super Pessimista: “Que nada! As monitoras que lavam! Quando lavam...”

Mãe À BEIRA DE UM SURTO PSICÓTICO: “Ahhh, não! Isso é inaceitável... vou procurar a coordenadora!”

E foi, quase chorando, procurar a coordenadora.
Não sei lhes dizer que fim teve essa conversa, porque logo depois tive que entrar na sala da Bia para mostrar à monitora como é a hora do jantar.

Enfim, meus caros...
Como vocês podem perceber , segundo a nossa positiva, confiante e esperançosa personagem, a creche que escolhi para a minha filha não tem NADA de bom!

Pensem em uma pessoa que saiu com cara de derrotada do recinto?
Essa “cara” sou eu!

E a moral da história é a seguinte: Deus castiga as xeretas! Pare de ouvir a conversa alheia e vá ouvir música quando estiver entediada!

Beijosss!

Até a próxima (quer dizer, se tiver né... nunca se sabe... vai que eu nunca mais tenha inspiração...)


sábado, 26 de janeiro de 2013

A thunder empresária de sucesso e sua blaster assessora


Olá, meus queridos!
Sentiram saudadades?

Depois de uma semana pra lá de estressante, estou de volta!
E agora mais aliviada em saber que minha bonequinha está se adaptando bem na creche!
INSHALÁ!!!

A história de hoje, infelizmente, não tem graça nenhuma...
Resolvi escrever este breve post para lhes contar sobre uma personagem que conheci ontem, quando fui tomar um café no final da tarde, depois de sair da creche com a minha filha.
A tarde tinha sido longa, na expectativa para saber se a Beatriz ia ficar bem sozinha com a monitora e seus novos amiguinhos.
Uma grande amiga ficou comigo na recepção me fazendo compania, mas, quando fomos todas liberadas, eu precisava urgentemente tomar um café.
Resolvi, então, fazer uma rápida parada numa torteria da minha quadra, antes de voltar pra casa.

Ao chegar lá, desci com a minha filhota e nos sentamos numa mesa de frente para a rua.
Pedi um expresso e fiquei conversando com a Beatriz, que já estava mais pra lá do que pra cá de tanto sono...
Tirei uns brinquedinhos da bolsa para distraí-la, porque senão ela iria dormir muito cedo, e minha madrugada seria looooonga...

Bom, minutos depois, assisti de camarote uma SUV importada estacionar em frente à torteria, quase atropelando uma mulher que estava aguardando para atravessar com seu cachorrinho.
Além da manobra perigosa, não pude deixar de notar que o carro ocupava duas vagas, sendo uma delas reservada para portadores de necessidades especiais.

Fiquei de olho para ver quem sairia do carro, e, para minha indignação, saltaram do veículo duas mulheres em perfeitas condições de saúde, caminhando sem dificuldade com seus sapatos de salto agulha.
Uma delas usava um microfone para celular e já chegou falando alto, enquanto a outra carregava um  verdadeiro arsenal tecnológico: um netbook, um tablet, e quatro (sim, 4!) celulares.
Pelo que pude perceber, a cidadã que não sabe ler as placas se considera a Eike Batista de saia, e estava querendo esfregar na cara da sociedade que ela se deu bem na vida!

Ela e sua "Blaster Assessora" se sentaram na mesa ao lado da minha, e a mal-educada do microfone já foi logo estalando os dedos para chamar a garçonete.
A garçonete, é claro, não gostou nem um pouco de ser chamada como um cachorro, e fez cara de poucos amigos quando atendeu a dupla dinâmica:

Garçonete (com o bloquinho na mão, esperando o pedido): "Sim?"
Thunder Empresária (com a boca aberta, e a mão no queixo): "Sim, o quê? Cadê o cardápio minha filha?"
Garçonete (rezando pro seu turno acabar): "Só um minuto..."

Enquanto a garçonete pegava o cardápio a Blaster Assessora balançou a cabeça em desaprovação, e comentou:
"Merda de atendimento... por isso que esse lugar tá falindo!"
E a Thunder Empresária (cortando a prosa): "Liga lá no café do Park Shopping e veja se o treinamento daquele novato já começou... quero trocar aquela gerente atrevida até o fim do mês..."

A garçonete volta com os cardápios.
A Thunder Empresária, sem a menor paciência, ignora a garçonete e grita: "Demorou demais... me vê dois expressos e dois pães de queijo, e RAPIDINHO, tá?!"

Gente... PARA TUDO!
Quem essa xexelenta pensa que é?
E outra: se ela já sabia o que queria pedir, pra que fez questão do cardápio?

Todos os outros clientes repararam, e a garçonete ficou super sem graça.
Se eu fosse ela, JURO, cuspia nas xícaras daquelas bruacas!

Enquanto o café estava sendo preparado, as duas "mulheres de negócio" discutiram relatórios, compras, e fluxo de caixa.
Pelo que entendi, a Thunder Empresária era do ramo de restaurantes, e tinha vários estabelecimentos na capital.
Agora, a pergunta que não quer calar foi o porquê daquele encontro ali, no café do concorrente.

Nos 10 minutos que tolerei ficar no mesmo ambiente daquelas bruxas, a Thunder Empresária reclamou do café, do pão de queijo, da falta de limpeza do local, e até das unhas da garçonete!
Aparentemente, não é de bom tom pintar as unhas de esmalte colorido... desenhos então, nem pensar!
Ahhhh, me poupe, né?!

Dona Maria, quem é a senhora para dar sermões nos empregados alheios?
E o mais importante: quem irá se dignar a ouvir uma pessoa que não sabe sequer parar o seu veículo no local apropriado?
Que se julga dona do mundo?

Meus queridos, a nossa personagem de hoje é real, e você a conhece!
Existe uma campanha muito interessante, lançada em Curitiba, que pretende conscientizar a população sobre o direito das pessoas portadoras de necessidades especiais, mas que serve também para os idosos, intitulada "Essa vaga não é sua nem por 1 minuto!"

Se você também costuma parar "rapidinho" nas vagas preferenciais, entre aqui e repense sua atitude!
Falta de estacionamento não é desculpa para a sua falta de cidadania!

E, para a nossa Thunder Empresária, o meu recado: Antes de treinar a sua equipe, que tal aprender como se portar em público?!
Em outras palavras: "Vá se lascar, sua grossa!"

Beijosss

Até a próxima!



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Conselhos médicos infalíveis da super sem noção

Consulta médica em plena segunda-feira de manhã, definitivamente, não é uma boa maneira de se começar a semana.
Ainda mais quando você cruza com certas figuras que, para dizer o mínimo, não têm a mínima noção de etiqueta em ambientes coletivos...

Introduzindo a nossa personagem de hoje, eu começaria dizendo que ela é um tanto "interessante".
Não possui nenhum conhecimento médico, porém sente uma necessidade incontrolável de ajudar no tratamento de pessoas enfermas.
Caridosa???
Preocupada com o próximo???
Não, é doida mesmo!

Bom, nossa história começa em uma clínica do aparelho digestivo.
Fui fazer uma consulta com uma proctologista, seguindo a recomendação do meu ginecologista.
Chegando lá, às 8:00 da madrugada, o consultório já estava cheio! (sim, porque recepção de clínica que atende plano de saúde hoje em dia não perde nada para os hospitais do SUS)

"Ok, paciência!", pensei.
Fui me sentar em uma das únicas cadeiras livres da recepção. Ao meu lado, uma senhora de óculos parecia ler uma revista.
No entanto, foi só eu me sentar e ela já veio querendo jogar conversa fora:

"Está cheio aqui hoje, né?! O pessoal abusa no fim de ano e depois fica aí... passando mal!"

Eu (sem saber direito o que responder): "Pois é..."

Ela (me dando uma avaliada dos pés à cabeça): "Você tá esperando consulta ou exame?"

Eu: "Consulta."

Ela (virando o corpo para o meu lado, querendo alongar a conversa): "Com que médico?"

Eu (tentando assistir o fim do Bom Dia Brasil): "Dra. Isabela."

Ela (sorrindo e acenando com a cabeça): "Conheço... ela é excelente!"

Eu (tentando demonstrar que não estava a fim de papo): "Que bom!"

Ela (não percebendo a dica): "Mas o que você está sentindo?"

Pausa neste instante.

Meus queridos, vejam bem, qualquer cidadão de bom senso, ao ouvir a palavra PROCTOLOGISTA, teria se dado por satisfeito com essa informação. Afinal, já é constrangedor discutir os "movimentos intestinais" com uma médica, imagine então com uma total desconhecida!

Acontece que essa senhora parecia não se importar com tais "formalidades", e ficou aguardando ansiosa pela minha resposta. E eu, desconcertada, resolvi sair pela tangente:

"A senhora me dá licença um minutinho? Meu telefone está tocando..."

E com essa desculpa eu me levantei e fui para o outro lado da recepção, onde tinha um bebedouro.
Bebi água e fiquei lá uns 10 minutos, enrolando, na esperança de que o nome dela fosse chamado e eu pudesse esperar pela minha consulta em paz.

Quando voltei para a área de espera, ela ainda estava lá, conversando com sua segunda vítima: um rapaz. Atrás deles tinha vagado uma cadeira, e resolvi me sentar lá.

Como o papo com o rapazinho estava animado, ela nem se deu conta de que eu tinha voltado. Assim que me acomodei, consegui entreouvir o moço dizer:

"Dra. Cristina, a senhora conhece?"

E ela, pelo visto super íntima de todo o corpo médico da clínica, responde:

"Ótima! Foi com ela que eu me consultei da última vez. É novinha, mas sabe das coisas!"

Nessa hora, um pensamento me ocorreu: se ela conhecia DUAS proctologistas, então é porque deveria ter alguma doença que exigia acompanhamento constante. E aí, instantaneamente, fiquei mal por não ter tido paciência com ela...

Enquanto isso, ela continuava o interrogatório básico:

"Mas o que você está sentindo?"

Pausa novamente nesta cena.
Antes de contar a resposta do rapaz, acho importante revelar um pequeno detalhe...

Enquanto fingia estar falando ao telefone, ao lado do bebedouro, observei a chegada dele na recepção.
Enquanto se identificava, não pude deixar de notar "certos olhares" que ele lançava para a representante de uma indústria farmacêutica, que aguardava sentada com sua maleta na área de espera, próxima da senhora curiosa.

A mulher em questão era realmente muito bonita, e percebeu que estava sendo admirada pelo rapazinho, porque não parava de mexer nos cabelos e de trocar as pernas de posição.
Pela linguagem corporal, arriscaria dizer que ela também ficou interessada nele.

Com isso em mente, voltemos à cena anterior:

"Mas o que você está sentindo?"

E o rapaz (roxo de vergonha, e calculando com muito cuidado a resposta): "É.. é... sabe... um desconforto intestinal..."

E a senhora sem noção (bem alto): "Ahhh, diarréia, né?!"

Gente, imaginem a cara do pobre moço nesse momento...
Ele olha para os lados e dá de cara com a representante bonitona, que não conseguiu sufocar a risadinha...
Ele simplesmente não sabia onde enfiar a cara!

Mas a "Super Sem Noção" ainda não tinha se dado por satisfeita:

"Olha só meu filho, escuta o que eu tô te dizendo, porque é tiro e queda!
Se a diarréia estiver amarela, é intoxicação alimentar, daí não tem jeito...o melhor é esperar sair tudo o que tiver te fazendo mal. Se for verde é virose, então tem que tomar remédio... mas pode tomar um chazinho de boldo que também ajuda! Agora, se for escura, ou tiver sangue, aí você tem que investigar, porque o troço pode ser sério..."

E o rapaz, enfiando a cara no "Vademecum" de 2000 páginas que segurava no colo, só conseguiu balançar a cabeça.

Coitado... lá se foi, por água abaixo, a esperança de conseguir o telefone da representante bonitona!

Completamente avessa ao estrago que tinha causado, a Super Sem Noção ainda completou:

"E olha, não precisa ficar com medo do exame de toque, viu? É muito simples... não dói nada! A doutora é super delicada... e muito bonita também... você vai gostar dela!"

Gente, pensem num homem que subitamente perdeu toda a cor no rosto... ficou tão branco que eu pensei que fosse desmaiar! A voz dele mal saiu quando perguntou:

"To... toque? Ninguém falou nada de toque!"

E mais que depressa ele se levantou e foi correndo procurar a recepcionista. Não consegui escutar o que ele dizia, só que gesticulava muito, visivelmente nervoso.
E com razão né?!
Exame de toque com uma DOUTORA MUITO BONITA não é pra qualquer um, não!

Assim que o rapaz levantou, para o meu azar, a Super Sem Noção viu que eu estava sentada atrás dela.
Pensando rápido, resolvi atacar para me defender. Perguntei, sem nenhum rodeio:

"A senhora parece conhecer muitos médicos aqui da clínica. Por acaso tem algum problema digestivo?"

E ela (na maior tranquilidade): "Não tenho nada, graças a Deus!"

Surpresa com a resposta, continuei: "Mas se não tem nada, o que está fazendo aqui?"

"Check up", respondeu. "Faço um todo começo de ano. Marco consulta com um médico de cada especialidade, pra ver se está tudo funcionando bem... E, olha, uma coisa boa é variar o médico, porque vai que o diagnóstico do outro é diferente, né?!"

E essa foi a voz da experiência!
A pessoa que faz juz ao dinheiro que paga para o plano de saúde...
Não tem doença ALGUMA, mas faz check up todo ano, incluindo todos os "istas" possíveis.

Vivendo e aprendendo!

Beijosss

Até a próxima!



sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A blaster "celebridade"



Alegria, alegria, hoje é sexta-feira!

E os preparativos para o fim de semana já começaram!
Amanhã tenho um aniversário de dois amigos muito queridos, então resolvi adiantar o meu "dia da beleza", e fui agora cedo para o salão.

Tem muito homem por aí que daria o dedinho do pé para descobrir o que tanto a gente faz no salão, então eu resolvi revelar, em primeiríssima mão!
Sabem o que que é, meus queridos, além do óbvio (fazer as unhas, cortar, pintar e escovar os cabelos), a maioria das mulheres ADOOOORA ler as revistas de fofocas das celebridades!

E salão de beleza, para ser considerado digno, tem que assinar pelo menos umas três revistas desse tipo, com, no mínimo, duas cópias de cada (para não dar briga entre as clientes)!
E eu, a confessa mortal das mortais, não perco um babado!

Pois bem, hoje, para a minha sorte, eu não tive que ir atrás das notícias, elas vieram até mim!
Chique né?!

Eu não sabia, mas, aparentemente, o salão da minha quadra é muito bem frequentado, sabem?!
E como Deus ajuda quem cedo madruga, não é que uma grande celebridade resolveu aparecer bem no meu horário?

Foi assim: estava eu lá, meio sonolenta, assistindo a manicure retirar o esmalte das minhas unhas quando ouvi a porta se abrindo.
E de repente, a recepcionista:

"Bom dia! Seu nome?"

E a resposta:

"Fulana de Tal, A REPÓRTER...da Globo!"

Nessa hora meus super ouvidos já ficaram em estado de alerta. E eu pensando: "nossa, que legal, uma repórter da Globo"!

Bom, quando a tal repórter se sentou ao meu lado, fiquei meio decepcionada. Eu, sinceramente, nunca tinha visto "mais gorda" (desculpem o trocadilho), e olhem que eu acompanho os noticiários locais.
De qualquer forma, fiquei de olho.

Uma das manicures ficou pra lá de animada de estar fazendo as unhas de uma "famosa" e já foi logo puxando conversa:

Manicure das Estrelas: "Você é da Globo, né?!"

Repórter da Globo (jogando os cabelos para o lado): "Sou!"

Manicure das Estrelas (imaginando que a repórter era amiga íntima da Patrícia Poeta): "Nossa, que bacana! Deve ser muito bom trabalhar lá... conhecer um tanto de ator famoso... bem que eu queria!"

Repórter da Globo (adorando a atenção): "É legal mesmo, mas é muito trabalho. Nem tudo é glamour como as pessoas pensam. Eu começo a gravar muito cedo, tenho que acordar de madrugada..."

E eu continuava sem saber quem a tal repórter era! 
Certamente não era do "Bom Dia DF", porque apesar de eu ser péssima em me lembrar de nomes, sou ótima em reconhecer fisionomias.

Enfim, continuei ouvindo:

Manicure das Estrelas (não perdendo a oportunidade): "Mas, assim... você encontra com o pessoal das novelas de vez em quando?"

Repórter da Globo (fazendo caras e bocas): "Às vezes... quando eles vêm para Brasília fazer algum trabalho. Esses dias mesmo topei com o Alexandre Borges lá na redação."

Manicure das Estrelas (com os olhinhos brilhantes): "Juraaaa? Nossa, que máximo... eu sou super fã dele! Adorava o Cadinho... ele é um gato!"

Repórter da Globo (como quem não quer nada): "Bonito ele é mesmo, mas é um safado! Cadinho na ficção e na vida real! Vive botando chifre na mulher!"

E eu ali, abismada com aquela revelação. Independemente de ser verdade ou não, achei meio antiético para uma colega de emissora.

Mas as meninas do salão estavam adorando. E uma delas resolveu entrar na conversa:

"E o Reynaldo Gianecchini, você conhece?"

Repórter da Globo (fazendo beicinho para o espelho): "O Giane? Lindo, né?! Mas é gay!"

Manicure das Estrelas (batendo as mãos na perna, indignada): "Ahhhh, não fala uma coisa dessas! Eu não acredito, não! O pessoal fala isso só porque o moço é bonitão..."

Repórter da Globo (com um sorriso quase sarcástico): "Desculpe te decepcionar, mas é verdade! Da última vez que esteve aqui ele ficou com um primo de um amigo meu!"

Manicure das Estrelas (decepcionadíssima): "Esse povo famoso é muito esquisito... mas ele não namorava aquela "coroa" loira... que apresenta um programa de entrevistas no GNT?"

Repórter da Globo (ainda destilando o veneno): "A Marília Gabriela?! FA-CHA-DA! Aquilo ali foi golpe de marketing, pra alavancar a carreira dele. E dela também, né?! Afinal, ficou ainda mais conhecida por estar namorando um garotão!"

Gente, não sei por que, mas comecei a desconfiar daquela conversa. Aquilo ali estava me cheirando à "síndrome do holofote", porque a repórter estava AMANDO ser alvo dos olhares (mais que atentos) das manicures e cabelereiras.

Daí, o meu lado maléfico falou mais alto, e resolvi investigar se os meus instintos estavam certos.

É claro que ela já tinha percebido que eu estava de "butuca" no papo alheio, então nem tive que fazer muito esforço para me infiltrar, já fui logo me jogando na roda:

"Como você é de "dentro" já deve estar sabendo das mudanças no Jornal Hoje... sabe, eu até gosto da Zileide Silva, mas a Sandra Annenberg é tão simpática!"

Repórter da Globo (engasgando com o café): "Como é que é?"

Eu (fazendo cara de paisagem): "Ué, você não sabia? Saiu hoje no G1!"

Repórter da Globo (perdendo a voz): "Sim, sa...sa... sabia. Mas é que eu não pensei que já fosse ser agora, no começo do ano..."

HA HA! Te peguei sua mentirosa! Mas eu não estava satisfeita:

"E você sabe os motivos dessa troca?"

Repórter da Globo (toda articulada): "Olha... não sei direito... mas parece que tem a ver com uma crítica que a emissora recebeu, relativa à quantidade de negros nos telejornais. E isso é muito sério, né?! A Globo não quer ter fama de racista!"

OH-MY-GOD!!!

Uma coisa eu tenho que admitir: ela era uma excelente mentirosa!

Escapou da armadilha num piscar de olhos, e todas ainda balançaram a cabeça quando ela veio com aquele papinho de racismo nos telejornais.
Totalmente plausível, né?!

Aí você deve estar se perguntando: "mas e aí, você não desmascarou esta farsante?"

CLARO QUE NÃO, minha gente!

E tirar a alegria da "Manicure das Estrelas"?
Ela já deve estar sonhando com o sucesso que fará no churrasco de domingo... as amigas vão morrer de inveja!

Mas que eu fiquei com vontade, isso eu fiquei!
Repórter da Globo... ahã...

Bom final de semana para vocês!

Beijosss!

Até a próxima!




quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O embate do século: thunder vovó paraíba vs blaster sabichona

Gente... como eu adoro pessoas autênticas, que não levam desaforo pra casa!

Hoje conheci a minha mais nova "ídola": a Thunder Vovó Paraíba!
Que pessoinha sensacional, meu povo!

Aqui em Brasília não para de chover (um saco!), e as crianças, por falta de opção, estão tendo que brincar no"pilotis".
E hoje, para minha agradável surpresa, encontrei um rostinho novo no grupo das mamães: uma senhorinha fofa, que está passando as férias aqui na capital para cuidar da netinha.
Conversando conosco, ela contou que é da Paraíba, e que o filho dela se mudou para cá há pouco tempo.
Enquanto estávamos entretidas com aquela simpatia toda, comecei a sentir um clima "estranho" no ar.
Não demorou muito para entender o que era. Saindo do carro, na compania de sua filha, eis que surge uma personagem conhecida de todos nós: ELA, a famosa Blaster Sabichona! (não sabe do que eu estou falando? Entre aqui antes de ler o resto da história!)

Bom, já que não tinha como fugir para outro lugar, o jeito foi aguentar a presença da SENHORA-SABE-TUDO, e foi o que fizemos.
Nós, as mães mortais, trocamos "sorrisos amarelos" e continuamos ouvindo a Thunder Vovó Paraíba contar suas peripécias.
Estávamos nos divertindo muito, menos a Blaster Sabichona, que parecia incomodada com alguma coisa.
Lá pelas tantas, interrompendo a conversa, ela pergunta:

"A senhora é nordestina, né?!"

E a Thunder Vovó Paraíba responde:

"Sou sim, minha filha. Da Paraíba. Com muito orgulho! Por que a pergunta?"

E a Blaster Sabichona, com cara de indiferença:

"Por nada. É que eu percebi o sotaque..."

A Thunder Vovó Paraíba, não convencida pela resposta, indaga:

"Mas se percebeu o sotaque, como é que não notou que era da Paraíba?"

A Blaster Sabichona, pega de surpresa, tenta se justificar:

"Notei que era do Nordeste. E que diferença faz se é da Paraíba? Pra mim é tudo a mesma coisa..."

Meus queridos, nem queiram saber "A CARA" que a Thunder Vovó Paraíba fez, nesse momento. A partir de então, a conversa se tornou pra lá de "apimentada":

Thunder Vovó Paraíba: "Oxente, logo se vê que não conhece nada do Nordeste! Tem um carrão de "estribada", mas parece que não viaja muito, né moça?!

(E as mães mortais na platéia, segurando o riso...)

Blaster Sabichona (indignada): "Do que que a senhora me chamou?"

Thunder Vovó Paraíba (em alto e bom som): ES-TRI-BA-DA! Montada na bufunfa...

Blaster Sabichona (vislumbrando uma oportunidade de sair por cima): "Meu marido tem um bom emprego, sim... viajamos muito, conhecemos o Brasil todo!"

Thunder Vovó Paraíba (ironizando): "Nossa, como é "amostrada"! Mas não conhece não! Senão ia saber que cada estado tem a sua cultura, seu jeito particular..."

(E as mães mortais quase batendo palmas...)

Blaster Sabichona (não disfarçando a irritação): "Não sou de reparar o costume do "povão". Quando viajo gosto de conhecer os melhores hotéis e restaurantes. Se eu fosse do tipo que frequenta as "feirinhas", talvez eu notasse a diferença!"

Thunder Vovó Paraíba ("pegando ar"): "Arre-égua! Agora vi! E anda "malamanhada" desse jeito? Pois saiba que até na feirinha tem roupa mais bonita que essa aí!"

(E as mães mortais nem piscavam, para não perder nenhum lance...)

Blaster Sabichona (no contra-ataque): "É mesmo?! A senhora também é especialista em moda, por acaso?"

Thunder Vovó Paraíba (invocada): "Sou não! Mas já vivi o bastante pra aguentar gente "bolindo" com a cultura dos outros! Deixe de "munganga" e seja mais respeitosa!

Blaster Sabichona (se levantando para sair): "É... não dá mesmo para conversar com gente ignorante!"

Thunder Vovó Paraíba (encerrando em alto estilo): "Ignorante é você, sua "fela da gaita!"

(E as mães mortais foram ao DELÍIIIIIIRIO!!!)





A Blaster Mãe, até pensou em responder, mas percebeu que não tinha a menor chance! Aí ela se foi, nocauteada e fula da vida!





E todas nós nos sentimos à vontade para apreciar aquele momento...


Moral da história: "Feche a matraca" perto de senhorinhas paraibanas. Elas podem dar "uma pisa" em você!

Ha ha ha

Quem quiser participar do fã clube da Thunder Vovó Paraíba põe o nome aqui!

Beijossss!

Até a próxima!



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Filosofando com a super exigente



Hoje o nosso assunto é muito especial, e, de certa forma, uma homenagem à todas as mulheres que sabem o que querem!
Nem é preciso dizer que, nós, o sexo "forte", SEMPRE sabemos o que é melhor, certo?
Porém, existe uma categoria específica de espécies femininas que sabem MUITO, sobre uma diversidade inimaginável de coisas, e aí acabam, com o perdão da palavra, "ferrando" a vida dos homens.

Elas são super inteligentes, cultas, interadas, descoladas, viajadas...
E na hora de escolher o homem de suas vidas, nada mais justo do que desejar que o cara seja tão interessante quanto ela, não é mesmo?!

Você pode até concordar, mas o fato é que às vezes o nível de exigência é tão alto, mas tão alto, que elas só conseguiriam encontrar um parceiro em outro sistema solar, porque, nesse aqui, não vai rolar não!

Vejam só, o cara tem que ser romântico, mas sem ser "piegas". (DEVE levar flores. Mas se a mulher tiver mais que 13 anos, nem pense em incluir um bichinho de pelúcia, tá?!)
Tem que ser companheiro, mas sem ser "chiclete". (Dica para os homens: caminhar junto com a sua amada no parque de mãos dadas: PODE! Assisti-la fazer as unhas no salão: NÃO PODE!)
Tem que ser culto, mas sem ser esnobe. (Homem que conhece sobre vinhos é um charme! Mas não vá querer dar uma aula pros amigos na hora de escolher uma garrafa no jantar, ok?! É chato...)
Tem que ser inteligente, mas sem ser "nerd". (Em outras palavras, você pode querer fazer especialização, mestrado, doutorado, pós-doutorado e o escambal, desde, é claro, que consiga conciliar com todos os nossos programas favoritos, como ir ao cinema, jantar fora, viajar para praias paradisíacas, etc, etc, etc...)
Tem que ser macho, mas sem ser bronco. (Não precisa cuspir no chão e nem mijar de porta aberta!)
Tem que ser vaidoso, mas sem ser "metrosexual". (Nem pense em fazer as sombrancelhas! Só o Cristiano Ronaldo tem a manha, meu bem!)

E a lista é infindável, então é melhor eu parar por aqui...

Dito isso, voltemos à nossa história de hoje. Na verdade, não é uma história, é um diálogo, com uma de minhas melhores amigas: a Super Exigente.

Foi mais ou menos assim: nós estávamos a procura de um vestido para a comemoração do aniversário de 30 anos dela, e ela queria, nada mais, nada menos que "O VESTIDO".
E amiga que é amiga tem que topar qualquer parada, então eu, grávida de 7 meses, resolvi acompanhá-la nessa tarefa.

Primeiro fomos ao Iguatemi, é claro!
Porque mulher que é mulher sempre acha que o shopping mais caro da cidade é o lugar que se encontra todas as coisas perfeitas da vida.
Chegando lá, encontramos alguns vestidos muito bonitos. Mas nenhum parecia ser exatamente o que ela queria.

Ok, bola pra frente!
Resolvemos dar uma passada na "Rua da Moda", na Asa Sul.
Depois de quase duas horas (e várias bolhas no pé), ela ainda não tinha achado um vestido que fosse como estava imaginando.

Por fim, resolvemos apelar para o Conjunto Nacional.
Nessa hora, eu já estava em um estado prá lá de lamentável: cansada, com a barriga pesando, os pés inchados, morta de fome, e (admito) quase desistindo de ser uma boa amiga.
Mas minhas esperanças foram renovadas quando ela avistou um vestido preto, em uma das lojas.

Antes mesmo da vendedora conseguir abrir a boca, eu já estava despachando a Super Exigente para o provador.
Quando ela saiu de lá, gostei bastante do resultado.
Era um vestido preto, clássico, e que caiu muito bem nela.

Aí eu perguntei: Gostou, amiga?

E ela: Ah, mais ou menos... Meio blasé, né?!

Eu: Como assim?

Ela: É um vestido preto!

Eu: E qual é o problema?

Ela: Vestido preto é uma coisa comum, padrão, todo mundo tem!

Eu: Mas ficou lindo em você!

Ela: Não sei... fico pensando se não existe coisa melhor em outro lugar...

Eu (pensando no calvário que tínhamos enfrentado nas últimas horas): Amiga, você viu os das outras lojas! Nenhum ficou tão bem quanto este!

Ela: Mas e se existir outro, mais bonito que esse? Não posso desistir agora, sabe?! Seria como beijar o primeiro cara bonitinho que eu visse na balada...

Eu (???): Na boa: eu não te entendo! Se fosse eu, levava esse mesmo. Depois você vai se arrepender!

Ela: Pelo contrário. Eu vou me arrepender se eu ficar com este. É como se eu me comprometesse com um homem que eu não amasse de verdade, só porque ele é bonzinho, educadinho, bonitinho... Eu não quero "inho", ou quero mais!

Eu (não sabendo mais se o assunto ali era o vestido ou algo mais profundo): Você é quem sabe! Só me diga uma coisa: onde é que você vai encontrar um exatamente como você quer?

Ela (pensativa): Não sei, amiga! Mas eu vou encontrar!

Eu (tentanto, com todas as minhas forças, ser prática): Entendi... mas e chegar na última hora e você não achar nada? Aí você vai querer voltar aqui, e o vestido pode ter sido vendido. O que você vai fazer? Provavelmente vai ter que vestir o "pretinho básico" do seu guarda-roupas!

Ela (continuando a filosofar): Eu tenho mesmo um pretinho básico. Foi o único que eu escolhi, mas ele não me escolheu. Não fica bem em mim...

Eu (totalmente surtada e com a paciência esgotada): Então vamos embora! Você decide isso depois!

E fomos embora, com as mãos abanando.

No dia da festa, a minha amiga Super Exigente, para minha ENORME satisfação, finalmente tinha encontrado "O VESTIDO" que ela tanto sonhou.

E quer saber, eu acho que ela está certa!
Portanto, essa é a lição que eu quero deixar para vocês, queridas leitoras: Em matéria de vestido, o melhor mesmo é não beijar o primeiro carinha bonitinho da balada!


He he he...


Beijossss!

Até a próxima!


sábado, 12 de janeiro de 2013

A blaster mãe da bebê boneca



É incrível notar o quanto a minha percepção do mundo se alterou depois que me tornei mãe.
Antes, eu tinha muitas certezas sobre a forma que eu gostaria de criar os meus filhos, e acreditava piamente que certas regras, que eu mesma criei, deveriam ser cegamente seguidas para que eu conseguisse ser uma boa mãe.

Dez meses depois do nascimento da Beatriz, eu posso dizer que felizmente já caí na real, e estou aprendendo, aos trancos e barrancos, que é preciso muito mais do que eu imaginava para criar uma criança.

Acontece que nem todo mundo pensa como eu. E nessas minhas andanças pelos parquinhos da vida, às vezes topo com outras mães, que, sinceramente, são umas tremendas moralistas hipócritas!

E uma delas é o nosso assunto de hoje: A Blaster Mãe!
E aí você me pergunta: "mas e a bebê boneca?"
Continue lendo que você entenderá!

Pois bem, a Blaster Mãe é a "diva da maternidade". Ela é o espelho do que todas nós deveríamos ser: a mãe cinco estrelas!

Quando a conheci pela primeira vez, me senti um pouco incomodada.
A conversa com ela já começou com questões delicadas, e eu confesso que me senti invadida.

Ela já veio me perguntando se eu amamentava, se a minha filha tinha nascido de parto natural, e se eu trabalhava fora.
Não que eu tenha um problema de conversar sobre isso, só achei bizarro que os temas viessem assim, antes mesmo das trivialidades.

Talvez seja por isso que tentei ser o mais breve na resposta:

"Sim, minha filha ainda mama, mas meu leite já está quase no fim. Ela também toma mamadeira. O parto dela teve que ser cesárea, por razões médicas. Eu ainda não estou trabalhando, mas devo voltar agora no começo do ano".

Ela, na verdade, não estava muito interessada na minha história. O que ela queria era uma deixa para a "palestra" que viria a seguir:

"Meus dois filhos nasceram de parto natural. É assim que as coisas devem ser, sabe?! Acho um absurdo essa cultura que o Brasil tem de cesarianas. Um bando de mãe preguiçosa que não quer sentir dor!"

Como assim, gente? Será que eu ouvi direito? Essa fulana acabou de me ofender, ou eu estou ficando louca?

De alguma forma, mantive a compostura, e respondi:

"Parto natural, pelo que eu saiba, e como o próprio nome diz, é aquele que acontece de forma natural. Eu queria que o meu tivesse sido assim, mas não foi. Imprevistos acontecem, como no meu caso, e a opção mais sensata é a cesariana. Minha filha, graças a Deus, nasceu saudável, e isso, pra mim, é o que conta".

Ela, percebendo o fora, tentou se desculpar:

"Ai, imagina, não quis dizer que você era preguiçosa, até porque, no seu caso, era a única solução né?! É que eu conheço muita mãe por aí que marca a cirurgia porque quer que o filho nasça logo, ou porque acredita em numerologia, ou porque tem medo de ficar "relaxada" lá em baixo, sabe? Uma bobagem!"

Minha Nossa Senhora da Censura Prévia, onde está o filtro desta mulher?
Como é que ela consegue incluir tantos julgamentos numa frase só?

E acrescentou:

"E o que é pior, não querem amamentar. Dão logo uma mamadeira pros coitadinhos e acham que está tudo resolvido! O meu filho mais velho mamou até os três anos. E essa aqui (uma bebê de aproximadamente 11 meses) continua mamando, é claro! Talvez seja por isso que ela nunca tenha ficado doente".

Nesse ponto eu já estava totalmente sem paciência, então fiquei só escutando aquela "aula". 
Queria ver onde aquilo ia dar. E ela, sentindo que tinha platéia, continuou:

"Outra coisa: minha família só come alimentos orgânicos e naturais (Ahã, mal sabe ela que o filho "mete os beiços" num Big Mac quando está com os amigos!) e acho que é por isso que a minha filha é tão saudável, sabe?! Ela dorme a noite toda, está sempre disposta, não dá birra, nunca chora, nunca dá trabalho..."

Quase perguntei se a bebezinha dela fazia "caquinha", mas achei melhor não. Ela provavelmente não entenderia a ironia por trás da pergunta.

E aqui, meus caros, entra a questão da "bebê boneca". 
Queridas leitoras e leitores: que criança NUNCA dá trabalho?
Por mais boazinha e tranquila que seja, TRABALHO é o sobrenome de toda criança.

Estou mentindo?

E qual o mal em admitir isso? Não é ofensa nenhuma, considerando que eles acabaram de chegar ao mundo, têm que aprender tudo do zero, e dependem de nós, pais, para sobreviverem.

Se vocês pararem para pensar, até as bonecas de hoje dão trabalho. 
Elas choram, mamam, comem papinha, tomam banho, e (olhem só) fazem até caquinha na fraldinha e no piniquinho. 
Analisando dessa forma, a bebê boneca da Blaster Mãe, se colocada à venda, ficaria encalhada nas prateleiras. Afinal, o que faz sucesso com as meninas de hoje são as bonecas interativas, que simulam situações da VIDA REAL!

A impressão que eu tenho é que, para algumas mães (como a nossa protagonista), certas atitudes contam pontos. E o sistema de contagem é assim: 

Parto normal: 100 pontos
Parto cesária: zero! (exceto se você ou seu bebê correram risco. Nesse caso: 50 pontos)
Amamentação exclusiva: 100 pontos
Amamentação e complemento: 50 pontos (você é uma fraca!)
Mamadeira: zero! (sua irresponsável!)
Dedicação exclusiva ao filho: 100 pontos
Trabalha em casa: 50 pontos
Trabalha fora: zero!
Coloca na creche: zero!
Tem babá: zero! (ou seja, de qualquer jeito você está errada!)
Tem babá e vai pra academia: zero! (sua dondoca deslumbrada!)
Tem babá, vai pra academia e frequenta o salão de beleza: zero! (atrocidade da natureza!)
Tem babá, vai pra academia, frequenta o salão de beleza e sai à noite com o marido no fim de semana: -100 pontos! (deveria ser linchada em praça pública!)

E você aí, já somou seus pontos?

Tá bem na fita?

Quantos pontos você fez?

Beijossss!

Até a próxima!




sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A canjica maravilhosa da thunder "chef"

Quem é o grande cozinheiro da sua roda de amigos?

Hoje eu quero dividir com vocês a história daquela que se achava o "supra sumo" da cozinha.
Ela, a gloriosa, a sem comparação:Thunder Chef!

Para a Thunder Chef, nenhuma comida do mundo é melhor do que a dela. Simples assim!
Se você elogia o risoto do restaurante, ela diz que o chef deixou "passar do ponto". Se alguém faz propaganda da feijoada do Hotel chique da Esplanada, ela faz cara de desprezo e discorda, dizendo que é "uma porcaria". Se o assunto do momento é uma receita prática e rápida que alguém viu na TV, ou leu na internet, ela quase se ofende : "Macarrão de panela de pressão? Onde esse mundo vai parar?"

Pois bem, todos nós já havíamos provado "as maravilhas" da Thunder Chef. Algumas, sem dúvida, eram muito saborosas. Outras, porém, não tinham nada de especial (mas todo mundo elogiava bastante, é claro!)

E como a propaganda é a arma do negócio, ela acabou se tornando referência entre os amigos. Sempre que alguém precisava de uma receita, queria fazer um prato novo, ou necessitava de uma ajuda na cozinha, a Thunder Chef era o nome da vez.

Um belo dia, uma de nossas amigas, que é voluntária há anos de uma paróquia aqui da cidade, perguntou se ela não poderia substituir uma das cozinheiras da barraquinha de doces, na Festa Junina anual da Igreja.

Ela, mais que prontamente, aceitou o convite. E daquele momento em diante, todos foram informados que a arrecadação daquele ano seria "record", porque a canjica que ela fazia era simplesmente SENSACIONAL!

A amiga que fez o convite, que chamarei daqui por diante de "Thunder Ingênua", ficou tão feliz com a substituta de peso que tinha encontrado, que resolveu divulgar pra quem quer que fosse que aquele ano a barraca de doces ia abalar, porque "A CANJICA" da Thunder Chef venderia bem pra caramba!

Segundo a Thunder Chef, a receita em questão era um patrimônio de sua família, passado de mãe para filha, há não sei quantas gerações. Tudo se resumia a um "ingrediente secreto", dizia ela.

Como era de se esperar, no dia da Festa Junina, todos estavam lá. Até quem não costumava prestigiar a festa resolveu dar o ar da graça. Afinal, ninguém ia querer perder a estréia da Thunder Chef e sua canjica na barraca de doces.

Depois de alguns churrasquinhos e um pastel (ok, dois pastéis), eu já estava pronta para provar os doces. Chegando na barraquinha, não tive que enfrentar fila, o que era muito estranho.
"Que sorte!", pensei.

Pedi uma canjica de amendoim e cumprimentei a "Thunder Chef". Aí ela falou: "Fica aí, quero saber o que você achou!".

Bom, e aqui começa o momento "tenso" da noite. Acho que eu, a apressadinha, era a primeira cliente da canjica, e todas as voluntárias da barraca ficaram admirando a minha degustação (que responsa, né?!).

E então, o que eu mais temia aconteceu. Mal eu tinha colocado a colher na boca, tive vontade de vomitar. A canjica estava LOTADA de cravo-da-índia (e eu O-D-E-I-O!). Mesmo para quem gosta de cravo, o problema é que não dava pra sentir gosto de mais nada. Nem dava pra diferenciar a canjica de coco e a de amendoim:as duas eram canjica de cravo!

Mas e aí? O que você fez?
Eu consegui, com muito custo, engolir umas três colheres (com a platéia me assistindo).
Precisava de um tempo para pensar na resposta.
Só que eu cometi um erro: optei pela sinceridade. Acabei dizendo, da forma mais educada possível, que não tinha gostado (muito) da canjica por causa do cravo.

Foi nesse momento que o "caos" se instalou na barraca. Duas das cozinheiras, que já eram antigas na festa, se sentiram à vontade para criticar.
"Eu falei, tem cravo demais!", disse uma delas. A outra, uma senhorinha "arretada", não teve pena: "nunca vi, despejou mais de três sacos de cravo na panela... ninguém vai gostar disso aí!"

E a "Thunder Chef", super ofendida, disparou:
"E o que vocês entendem de cozinha? Esse seu bolo de milho é a coisa mais seca que eu comi na vida, e aquela cocada ali, sinceramente, vai arrancar o dente de alguém, de tão dura!"

A filha de uma das cozinheiras, que estava no caixa, entrou na briga e o "barraco na barraca" durou quase uma meia hora. No final, a Thunder Chef resolveu ir embora e quatro panelas de canjica foram parar no lixo. E o pior de tudo: a nossa amiga, a "Thunder Ingênua", ficou na maior saia justa.

Nem preciso dizer, mas depois desse episódio a amizade com a Thunder Chef azedou.
Mas, quer saber, eu não me arrependo de ter dito a verdade!

Você já passou por situação parecida?
Conte pra gente!

Beijosssss!



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Técnicas de intimidação com a super candidata

Olá, queridos leitores!

Antes de mais nada, gostaria de dar um aviso importante: ESTA É UMA OBRA DE FICÇÃO. QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE TERÁ SIDO MERA COINCIDÊNCIA. (OU NÃO!)

Ultrapassada esta etapa burocrática (sugestão de uma amiga, que disse que sou louca, e que em breve serei processada por danos morais), vamos à historinha (ficcional) de hoje.

Ela se passou em uma seleção para novos advogados de um grande escritório de advocacia de Brasília.
Na época, eu ainda era uma "recém" (recém-formada, recém-casada, recém-mudada para a capital...)
Tinha acabado de passar no Exame da Ordem, e não via a hora de começar a trabalhar.

Pois bem, meu curriculum vitae foi pré-selecionado pelo escritório, e fui chamada para uma entrevista.
Chegando lá, esperava encontrar vários outros candidatos na mesma situação, pois a vaga não exigia experiência prévia. Porém, uma das candidatas me chamou a atenção.

Numa primeira análise, todos aparentavam ter seus 20 e poucos anos, à exceção desta candidata, que parecia já ter passado dos 30.
Até aí tudo bem, ela poderia facilmente ter entrado na faculdade mais velha, pensei.
Foi aí que eu percebi "A PASTA" que ela carregava.

Não era como as outras, e certamente não como a minha, que carregava meras três páginas de pura enrolação.
"A PASTA" daquela candidata era tão grossa que mais se parecia com o catálogo telefônico do Estado de Sâo Paulo, e eu já comecei a ficar preocupada.
E pelo jeito os outros candidatos também.
Um, em especial, estava tão nervoso que não parava de suar. E olha que o ar condicionado literalmente gelava a sala de espera.

Pois bem, é aí que entra uma das personagens: a Super Interessada.
A Super Interessada fez o que ninguém teve coragem de fazer: puxar conversa com a nossa personagem principal: a Super Candidata.

A conversa começou mais ou menos assim:

Super Interessada: Você também está aqui para a vaga de advogado júnior?
Super Candidata (com ares de superioridade): Uhum

Bom, se fosse eu, a conversa teria parado por aí. Mas a Super Interessada estava numa missão: descobrir qual o nível de risco que aquela "pessoa" representava para ela.
Pois bem, 5 minutos depois, mais uma pergunta:

Super Interessada (como quem não quer nada): Por acaso você se formou na UnB? Parece que eu te conheço!
Super Candidata (claramente satisfeita com a pergunta): Não, eu me graduei na USP. Mas fiz o Mestrado lá.
Super Interessada: Ah, tá...

É claro que não era só eu que estava prestando atenção na conversa alheia. Os outros três candidatos, incluindo o Super Nervoso, começaram a demonstrar intranquilidade. Acho que a informação sobre o Mestrado foi demais pra ele, porque ele se levantou para ir ao banheiro e ficou lá quase uma meia hora... Indisposição estomacal, eu acho.

Nesse meio tempo, ele perdeu o melhor da festa. Acontece que a Super Candidata só estava se aquecendo! O jogo, na verdade, começaria naquele momento:

(Toca o celular da Super Candidata).
Ela: "Alô"?!
E segundos depois: "Hi, Tom! How have you been?" (e a conversa continuou por uns 5 minutos, sobre trivialidades)

Dei uma olhada ao redor e senti a tensão. Uma das candidatas deu até uma afundada na cadeira, mas eu pensei: "Bring it on, baby! Falar inglês não é tão especial assim!"

10 minutos depois, outra ligação:

Super Candidata: "Hola, Cariño! Estoy en la entrevista..." (e pouco depois encerrou a conversa, dizendo que ligava para ele quando saísse de lá)

Foi aí que eu percebi a armação! Aquilo não era coincidência! A sacana estava disposta a qualquer coisa por aquela vaga, e parece que a técnica estava funcionando. Antes mesmo de se despedir do "Cariño" a candidata "monoglota" decidiu ir embora.

Ok, confesso que não estava muito à vontade.
Espanhol nunca foi minha praia, apesar de saber ler e compreender bem o idioma, na hora de falar e escrever, nunca soube ultrapassar a fase do "portunhol".

Apesar de que a vaga não era, a princípio, para a área internacional, falar dois idiomas certamente contaria pontos para ela.

Mas como boa brasileira que não desiste nunca, resolvi me manter firme e pagar pra ver. Mal sabia eu que, poucos minutos depois, minha confiança seria abalada novamente.

É que a Super Interessada também já tinha sacado o jogo da Super Candidata, e quis tirar a história a limpo:

Super Interessada (fazendo questão de demonstrar que tinha entendido o recado): "Desculpe a intromissão, mas eu não pude deixar de ouvir sua conversa. Seu marido é espanhol?"
Super Candidata (fingindo desinteresse): É. Nos conhecemos em Berlim, quando fiz o Doutorado. Fazíamos parte do mesmo grupo de pesquisa..."

PQP!!! Doutorado??? Em Berlim???
Depois dessa eu pensei: "Nossa Senhora dos Reles Bacharéis, o que eu estou fazendo aqui?"

Bom, para piorar a situação, meu nome foi chamado e eu nem tive tempo de digerir a informação.
Cheguei na sala de entrevista com cara de cachorro que acabou de cair do caminhão de mudança, e creio que não tenha me saído bem, pois não fui escolhida.

Tempos depois, cruzei com o Super Nervoso na fila da lotérica do Shopping, e começamos a conversar.
Ele também não tinha sido escolhido, mas conhecia a pessoa que tinha ficado com a vaga.

Aí você me pergunta: Como assim?!
Não foi a Super Candidata?
NÃO, senhores e senhoras!

Segundo me relatou o Super Nervoso (bastante satisfeito, por sinal), o escritório considerou a Super Candidata "super qualificada" para o cargo em disputa.

Acreditam?
Ho ho ho...
Pois é, minha gente, é o círculo da vida!


Beijos!

Até a próxima!


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A blaster sabichona

Brasília é uma cidade interessante. Na capital federal as crianças não descem para o "play".
Pelo fato dos prédios da cidade serem diferentes, as crianças daqui brincam nos parques das quadras, ou, se estiver chovendo, o jeito é ficar no "pilotis" (na verdade o termo certo seria pavimento sobre pilotis, mas ninguém fala assim).
Se você não for daqui, é o seguinte: "pilotis" é o espaço aberto que existe nas entradas dos prédios, onde fica a guarita dos porteiros.

Bom, seja no "play", no parque, no clube, no "pilotis" ou em qualquer outro lugar, o momento das brincadeiras das crianças é, também, praticamente um divã para as mamães.
É lá que elas encontram um ouvido amigo para reclamar da noite mal dormida, das cólicas do bebê, dos ataques histéricos do filho, da falta de apoio do marido, do preço das babás, do chefe insensível, enfim, de qualquer assunto.

Como mãe de primeira viagem, aprendi e continuo aprendendo muito nessas "sessões de terapia". Sempre encontro uma mãe mais experiente, ou que já tenha passado pela mesma situação em que estou vivendo naquele momento, e as dicas, geralmente, são super valiosas.

Pois bem, foi num dia chuvoso, há alguns meses, que conheci a "Blaster Sabichona".
A protagonista da nossa história de hoje não é um ser comum, ela é dotada de um conhecimento profundo sobre TODAS as coisas.
Exagero?!
Não, ela É um google ambulante.

Por ser uma criatura superior, ela não gosta muito de se misturar com as outras mães, nós, as "gentalhas"!

Nas raras ocasiões em que fomos brindadas com a ilustre presença da Blaster Sabichona, a conversa rolava mais ou menos assim (todos os nomes foram alterados):

Eu: "Gente, vocês já foram ao novo restaurante japonês aqui da quadra? É muito bom!"

Blaster Sabichona (com cara de espanto): "Bom? você claramente não conhece sobre cozinha japonesa! Eles não sabem nem fazer um sushi decente... bom mesmo é o restaurante "x" lá de São Paulo, na rua "y". Aquilo sim é comida japonesa tradicional".

Eu (meio ofendida): "Nossa, eu sinceramente gostei. Mas não posso afirmar que a comida é feita do modo tradicional, afinal, nunca estive no Japão".

Blaster Sabichona (com cara de pena): Sério? Pois deveria, é um país fascinante!"

Mãe mortal 1: (cortando o assunto, antes que a Blaster Sabichona nos desse uma aula sobre os costumes orientais): "Meninas, amanhã tem feira de troca de brinquedos no Parque. Eu fui ano passado, foi super legal. O Pedrinho trocou a piscina de bolinhas por uma pista do Hot Wheels!".

Blaster Sabichona (com a voz alterada): "Deus me livre dessas feiras de troca de brinquedos. Deveriam se chamar troca de germes, isso sim! Vê lá se eu vou deixar minha filha brincar com brinquedo usado, que eu nem sei como estava guardado, ou se era limpo com frequência".

Mãe mortal 2 (já querendo partir pra ignorância): "Isso é uma bobagem. Os germes estão em toda parte. Se for pensar assim sua filha teria que viver numa bolha!"

Eu (mudando de assunto de novo, antes que o bicho pegasse): "Nossa, olha lá a Paula! Fazia tempo que não a via. Ela já voltou da licença maternidade, né?! Quem está ficando com o Joãozinho?"

Blaster Sabichona (com cara de indignação): "Ninguém. Ele está numa creche aí, que eu nunca ouvi falar. A Paula é doida, colocou o menino no primeiro lugar que tinha vaga. A tal creche nem está listada no ranking das melhores de Brasília!"

(Som ambiente): CRI... CRI... CRI (Silêncio total de todas as mães. Algumas porque não faziam sequer ideia de que existia um ranking, outras simplesmente porque estavam putas com a atitude da Senhora Chata de Galocha).

E depois disso, cada uma foi saindo de mansinho, pegando o celular no bolso, chamando o filho pra subir, inventando que tinha coisas para resolver...

O fato é que, depois de sua última aparição, a Blaster Sabichona passou a ser mais temida do que a morte. Sua presença no parquinho tem o mágico efeito de repelir todas as outras mães e babás (sim, porque elas sabem todos os babados da vizinhança!).


Moral da história: Dona Maria, se a senhora não tiver algo agradável para dizer, fique calada!
Cuidado com os pré-julgamentos e o excesso de presunção!

Em outras palavras: se não sabe brincar, não desce para o "play"!

E tenho dito!

Tchau, gente! Beijos!


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Aprenda a malhar com a thunder sarada!


Antes que você me critique pelo tema do post de hoje, e me pergunte "mas o que aconteceu com aquela história de valorizar as coisas certas?", eu esclareço: o tema de hoje é saúde!
Sim, meus queridos, é janeiro e TODO MUNDO está engajado no projeto verão, querendo perder alguns quilinhos, baixar as taxas de colesterol e, como consequência, conquistar um "corpitcho" mais bonito.
E eu, que não sou boba e nem nada, já retomei a amizade com a dieta e a academia, as quais chamarei carinhosamente de "Di" e "Mia" daqui pra frente, porque estou tentando ficar super íntima!

Pois então, a história de hoje começa quando eu, Di e Mia fomos fazer um programinha diferente: malhar pela manhã.
Chegando no recinto, como o turno da manhã não é o meu horário habitual, precisei primeiro me "ambientar". Observar os meus novos coleguinhas, suas roupas, as aulas que estavam acontecendo no momento, os professores... 
E, olha, como tinha gente bonita!

Bom, é aí que surge a nossa heroína de hoje: A Thunder Sarada!
Eu estava ali, concentrada no sobe e desce do transport, suando em bicas e ouvindo a Madonna, quando primeiro vi a nossa personagem.
Ela parece ter vinte e poucos anos, cabelos loiros e lisos, e um corpo, digamos, abençoado pela Deusa da Boa Forma.
Aí pensei com os meus botões: vou prestar atenção no que essa moça está fazendo, porque, o que quer que seja, está dando SUPER CERTO!

Pois bem, depois de algum tempo (e já com torcicolo de tanto virar a cabeça), descobri a fórmula secreta da Thunder Sarada.
A série é assim (prestem bastante atenção e respeitem os níveis de dificuldade! Eu não me responsabilizo pelos resultados adversos, ok?!):

Primeiramente, antes de iniciar, certifique-se de estar com o traje correto.

O quê?! Sim, é imprescindível vestir uma roupa impactante, tipo um macacão de ginástica com um decote generoso na comissão de frente e nas costas, quase mostrando o cofrinho. 
Não se esqueça, é claro, de incluir uma roupa de baixo apropriada. Em outras palavras: não vale usar calcinha da vovó, senão estraga o visual, compreende?
Ah, e não deixe faltar os acessórios: meião (aqui em Brasília é tendência!), luvas, Ipod (pode ser o genérico) e fones de ouvido. Se quiser abafar, compre aqueles mega, thunder, blaster fones de jogador de futebol, a galera vai achar que você é atleta profissional!

Pronto! Agora vamos à série:

Nível 1: Vá até o espelho e dê uma primeira checada no visual. Tudo certo?

Nível 2: Procure um aparelho ocupado. Enquanto aguarda a sua vez, alongue-se lentamente, com movimentos cuidadosamente calculados para chamar a atenção do público masculino (ou feminino).

Nível 3: Quando chegar sua vez, ajuste o peso (ATENÇÃO: essa parte é crucial! Você não pode colocar peso demais, senão estraga tudo! Coloque peso suficiente para fazer cara de esforço e não de sofrimento!) Enquanto faz o exercício, olhe-se fixamente no espelho para se certificar que está fazendo a cara certa.

Nível 4 (intermediário): Nos intervalos entre um aparelho e outro hidrate-se. Vá ao bebedouro, abaixe-se, e empine o bumbum (essa última parte faz toda a diferença!). Se tiver nojinho do bebedouro, vale beber água da garrafinha. Mas observe a técnica: corpo ereto, mão desocupada na cintura, peito estufado e a água deve ser bebida lentamente. Antes de terminar, tire a garrafinha da boca e deixe escorrer um pouco da água no decote (parece que refresca!).

Nível 5 (avançado): Quando terminar todos os aparelhos, vá para a área de alongamento e pratique toda a sua sedução. Mova os quadris em direção à area de musculação, desça até o chão, empinando bastante o bumbum, mova lentamente os ombros para frente e para trás, estufando bem o peito, de modo que o decote se torne ainda mais aberto, e, para finalizar, solte os cabelos, balance a cabeça para frente e para trás, dê uma última conferida no espelho, e saia marchando pela porta da frente.

Muito complexo para você?
Então aí vai uma sugestão: faça a minha série, ela é super fácil e não tem contra-indicações!

É assim:
  1. Posicione-se estrategicamente em um transport, esteira ou bicicleta com vista panorâmica para toda a academia;
  2. Coloque o fone de ouvido, e esforce-se para fazer o exercício e espiar a galera ao mesmo tempo (pode ser difícil no início, mas é garantia de alto rendimento e boas risadas).
Aprendeu direitinho?
Está achando graça? Pois saiba que minha série queima quase 600 calorias em 50 minutos.
Duvida?

Está aqui a prova:



Beijo!

Até a próxima!

domingo, 6 de janeiro de 2013

Como tudo começou - A super mãe de gêmeos

A ideia do blog surgiu alguns meses depois que a Beatriz nasceu, num dia particularmente difícil pra mim, em que eu tinha acabado de receber a notícia de que teria mudar de apartamento.

A noite tinha sido longa, na luta contra as cólicas da pequena, então resolvi passear de carrinho com ela para dar uma espairecida.
Chegando ao parquinho em frente ao meu bloco, me deparo com uma cena incrível: uma mãe e seu casal de gêmeos, de cerca de 9 meses, brincando no balanço.

Aí você me pergunta: o que há de incrível nisso?
E eu respondo: TUDO!

A mãe para começar, parecia ter acabado de sair do catálogo de lingerie da Victoria Secrets: linda, magra, cabelos reluzentes, pele levemente bronzeada, pernas definidas e sorriso perfeito.
Vestia uma bata de seda florida SUPER bonita (provavelmente de alguma loja cara do Iguatemi) e short jeans.
A abusada não tinha celulite, estrias, gordura localizada, barriguinha avantajada, varizes, nada! Nadinha...(e olha que eu procurei!)

Os bebês, por sua vez, dois anjinhos! Lindos, corados, gordinhos, risonhos...

E foi aí que eu me dei uma olhada e tive vontade de sair correndo de lá, antes que alguém me visse.
Eu estava de calça legging de grávida, daquelas com um elástico BEM grande na cintura, camiseta velha e desbotada de propaganda e minhas velhas amigas havaianas.

O cabelo estava, digamos, desarrumado e (confesso)meio ensebado, as unhas não viam uma manicure há meses e no rosto só se viam as enormes olheiras de Panda.

Saí de lá desnorteada, sem conter a minha frustração. Como aquela criatura conseguia lidar com gêmeos e ainda sair bem na foto? Qual era o seu segredo? Por que eu estava naquele estado deprimente e ela estava exalando tranquilidade e beleza?

Aproximadamente 15 dias depois, no consultório da pediatra da minha filha, eis que surge A-MÃE-DOS-GÊMEOS.
Coincidência? Não, Brasília é, de fato, um ovo!
Porém, dessa vez eu não tive invejinha da über model! Ela parecia triste, e as crianças também.
Enquanto eles se consultavam com a doutora, resolvi fazer algumas perguntinhas para a secretária (elas são um poço de sabedoria sobre a vida alheia).

Por meio dela, fiquei sabendo que os gêmeos eram fruto de um namoro rápido da mãe com um Global bonitão, que por sinal, estava tentando a guarda das crianças legalmente, numa disputa pra lá de litigiosa, o que vinha causando grande estresse nela e nos bebês.

Depois que saí de lá, só conseguia pensar na minha tolice, e no quanto havia sido precipitada em julgar que a vida daquela mãe era perfeita, pelo simples fato de ela "aparentar" ser feliz e resolvida.

Na minha opinião, gastamos muito tempo e energia valorizando as coisas erradas, enquanto a felicidade está bem ali, do nosso lado, no sorriso do filho, no abraço da pessoa amada, no almoço com os amigos, no emprego que gostamos...

E a partir de então comecei a enxergar as situações do cotidiano com outros olhos, e é exatamente disso que quero falar nesse blog.
Espero que gostem! Acompanhem os posts e deixem sua opinião!

Um grande abraço!


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